Em tempos de guerra



Nesses dias de guerra
que na verdade sempre foram camuflados por uma delicada sensação de conforto,
e que nós, jovens
só sentimos com o passar dos anos

a solidão é imensa
e a beleza se expande

crescer não é só ter que arcar com responsabilidades burocráticas inúteis
e penar com o sofrimento alheio, como abster-se de sentimentos cada vez mais
para esperar eternamente pelo juízo final
(balela)

Em tempos de Belo Monte tudo se arrisca 
e nada se petisca
O engraçado é ver que a luta das minorias sempre esteve e está à tona
e pouco se conquista a cada ano

E que as reivindicações são sempre as mais básicas
defendidas por Constituição Federal

e mesmo assim...

luta etérea...

A burocracia vende
a burocracia manda
mata
desmanda

O Brasil sempre foi Brasil
Era
e é colônia
Só não sabe quem não lê.
Só não entende quem não quer

Como o caboclo

Porque entender não faz muito sentido
quando já se tem toda a abundância da natureza sob os pés

e as mãos sujas pela Terra
e a visão cheia de mistérios celestiais

Mas desistir nunca esteve no contrato.
Nunca foi escrito no papel,
E quem sofreu de toda sangrenta nuvem negra
sabe que morrer na praia é a mais inócua reação
é dançar pro canhão
morrer sem razão
não faz parte da guerra

Não faz parte do plano
Não consta

Mas quem morre com razão
É eternizado pelos seus

Vira estrela decadente
quase a bala do canhão!

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    Não existe raça negra ou branca, o que existe é raça humana e desumana. De um lado temos os sonhadores, as mães, os médicos, os trabalhadores; e do outro aqueles que semeiam o mal. Em qualquer lado existirá brancos e negros, provando que o que diz de qual lado estamos são as nossas atitudes, jamais a nossa cor.

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